A cidade de Extrema é referência a nível internacional em restauração florestal por meio do Projeto Conservador das Águas, que há quase 20 anos atua na proteção de nascentes e recuperação de áreas degradadas na zona rural. No entanto, enquanto o campo floresce em vegetação nativa, a área urbana ainda sofre com a falta de arborização adequada, um contraste que preocupa especialistas e ambientalistas locais.
O Clube de Observadores de Aves de Extrema (COA) chama a atenção para o que considera um contrassenso: ruas, avenidas e espaços públicos da cidade são ocupados por espécies exóticas, muitas vezes ornamentais, que não contribuem para a biodiversidade local e, em alguns casos, ainda oferecem riscos à fauna urbana: “Quando olhamos para a cidade, vemos calçadas sem árvores, canteiros com espécies que não têm conexão com a fauna regional, e nenhuma estratégia pensada para que o verde urbano também seja funcional e biodiverso”, afirmou o COA.
Plantar árvores nativas em áreas urbanas melhora o ar, reduz ilhas de calor, atrai fauna local, contribui para o equilíbrio hídrico e ajuda a mitigar as mudanças climáticas. Além disso, são mais adaptadas ao ambiente, exigem menos manutenção e oferecem sombra e conforto térmico.
O COA ressalta que o plantio de árvores na cidade deve ser orientado por critérios técnicos: “Não se trata apenas de plantar por plantar. É preciso planejar, saber qual espécie é ideal para determinado local e garantir que o plantio seja benéfico tanto para as pessoas quanto para o ecossistema urbano”, explica o clube.
COA QUER DIÁLOGO COM O PODER PÚBLICO
Diante desse cenário, o COA se coloca à disposição da Prefeitura para construir em conjunto um plano estratégico de arborização urbana com espécies nativas, que torne a cidade um modelo também no enfrentamento das mudanças climáticas no espaço urbano: “Temos conhecimento técnico, estamos em contato com especialistas em ecologia urbana e queremos contribuir”, reforçaram os membros do clube.
Em tempos de extremos climáticos, calor intenso e perda da biodiversidade, a arborização urbana deixou de ser luxo ou paisagismo: é uma urgência climática e qualidade de vida para a população.